Resumo das Mesas Redondas Mesa Redonda 1 Tema: Alfabetização Matemática Coordenação: Profª Sueli Cunha (IME/UERJ) 03/12/2018 (17h - 19h) Membros da Mesa: Prof. Carlos Evaldo (UFPA) Profª Madeline Maia (UVA/CE) Profª Marisa Rosâni Abreu da Silveira (UFPA) Os diferentes conceitos de
alfabetização matemática podem influenciar nas dinâmicas adotadas nas
atividades de ensino, assim, o objetivo desta mesa redonda é discutir a alfabetização
matemática com enfoque na filosofia da linguagem de Wittgenstein. Olhar a matemática como linguagem nos
força a compreender que ela é uma linguagem que possui características
próprias, tal como, ser exclusivamente
escrita, precisa, objetiva, concisa, atemporal e impessoal. A aquisição das habilidades de leitura e escrita
envolve o reconhecimento dos códigos matemáticos: numerais, gráficos,
figuras geométricas, etc., bem como a posse de um repertório do vocabulário
próprio da matemática, tal como produto,vértice, etc.O
processo de alfabetização está repleto de jogos de linguagem que estão no cerne do ensino das linguagens – matemática e
natural - que são condicionantes do aprendizado do aluno. Percebê-los e
compreendê-los é responsabilidade exclusiva dos professores alfabetizadores e
são também ferramentas para o sucesso da aprendizagem do aluno. (Prof. Carlos Edvaldo e Profª Marisa Silveira - UFPA)
. O objetivo da discussão proposta à
mesa será apresentar perspectivas diferenciadas de Alfabetização Matemática,
traçando um paralelo com o que vem sendo realizado nas salas de aulas das
escolas públicas brasileiras, em especial em Sobral-CE. Alguns autores serão
utilizados como base, tais como Ole Skovsmose, Ubiratan D’Ambrósio, Ocsana
Danyluk e Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca. Na perspectiva
de Ole Skovsmose, a Alfabetização Matemática vai além da aquisição
individual de códigos e da habilidade para calcular e usar técnicas matemáticas
formais. Já a Alfabetização Matemática na visão de Ubiratan D’Ambrósio está
vinculada primordialmente à reflexão de conhecimentos culturais advindos de
comunidades ou grupos sociais. Danyluk traz a leitura e a escrita da
linguagem matemática, aliadas ao sentido e significado do conhecimento como
pontos centrais no processo de Alfabetização Matemática, que incluem também a
oralidade e a escuta. E, Fonseca apresenta a Alfabetização em Língua Materna,
como vinculada ao domínio de códigos e símbolos no processo de leitura e
escrita. Traz ainda uma outra proposta que é o Letramento Matemático. Nela,
estão embutidas formas de uso, objetivos, valores, crenças, atitudes e papéis
ligados a escrita numérica, formas de quantificar, ordenar, medir e
classificar. Consideramos que os autores trazem os conteúdos matemáticos,
o domínio de códigos e símbolos, bem como a leitura e escrita da linguagem
matemática como aspectos fundamentais ao processo de Alfabetização
Matemática. No entanto, tais aspectos precisam estar diretamente vinculados
ao contexto de aprendizagem, seja ele social, cultural,
político, econômico, cognitivo ou matemático. As ideias apresentadas relacionam
os processos de Alfabetização e Letramento em Matemática e em Língua Materna. A
Alfabetização Matemática pode ter caráter restrito da
Alfabetização em Língua Materna quando se considera o domínio de códigos e
símbolos, a leitura e a escrita como essenciais. No entanto, tal proposta pode
ser considerada limitada, pois reduz a aprendizagem matemática inicial a
determinados domínios técnicos. Entendemos que a Alfabetização Matemática, vai
muito além desta visão. Ela tem caraterísticas próximas das propostas de
Alfabetização na perspectiva do Letramento, quando o conteúdo, aspecto
essencial do processo em questão, é visto e trabalhado dentro de um contexto,
podendo ser este último matemático, cultural, social, político, etc, e adequado
ao que se escuta das falas das crianças e se capta de seus registros. Nesta
visão, não é possível ler e escrever a linguagem matemática sem o contexto
diretamente relacionado à origem do conhecimento em desenvolvimento, trazendo à
tona a cultura das crianças aliada a perspectivas históricas de produção desse
conhecimento. (Profª Madeline Maia - UECE)
Mesa Redonda 2 Tema: Linguagem Matemática e Inclusão Coordenação: Profª Jeanne Barros (IME/UERJ) 04/12/2018 (17h - 19h) Membros da Mesa: Prof. Rosângela Vargas (SEEDUC/RJ) Profª Valéria Oliveira (CAp/UERJ) A apresentação parte de uma
abordagem histórica particular, para uma reflexão, sobre o processo de inclusão dos alunos surdos em classes
regulares e o relato da experiencia de trabalho na educação do aprendiz surdo. Um relato que inclui diferentes quadros
metodológicos: Estimulação Precoce, Classe Especial e Sala de Recursos. Pretende-se apresentar as dificuldades encontradas nos 34 anos de atuação da professora na linguagem específica de determinadas disciplinas como a linguagem da história, da geografia, da ciência e principalmente a linguagem matemática. (Profª Rosângela Vargas) Seja qual for a
temática, abordagem, fundamentação teórica, não há como falar de inclusão sem
que tenhamos a frente de todas as questões a garantia de acesso. Incluir, em
quaisquer espaços, práticas, grupos, projetos é, antes, possibilitar a
acessibilidade. É a partir do uso de
desenhos universais de produtos, serviços e informações que possibilitamos a
inclusão. Assim como na educação básica, no ensino superior, quando não for possível
manter as práticas e construções universais, para tornar a informação acadêmica
acessível, devemos recorrer a adaptações, algumas de pequeno porte, outras de
grande porte. Tais adequações devem perpassar, transversalmente, por todas as
áreas de ensino, aplicadas a todas as disciplinas, com um olhar sensível a cada
detalhe, desde o planejamento até a avaliação. Com o objetivo de apresentar soluções
que contemplem a linguagem matemática, apresentamos soluções diferentes para o
mesmo conteúdo. Tais tecnologias assistivas são desenvolvidas de forma que
atendam ao maior número possível de discentes, entretanto, alguns casos são
muito específicos. O mais importante é não excluir, sempre que possível, nada deve
fugir do controle. Com o exercício cotidiano da empatia, pensar nas especificidades
do outro se torna algo natural, cognitivamente, passamos a regular o que atende
às necessidades acadêmicas de Todos, sem exclusões. (Profª Valeria Oliveira) |